sábado, 10 de abril de 2010

1.

Há neve na janela.
Última chance, onde você está?




Eu caio. Caio? Afundo. Perco-me. A corda se arrebenta, nosso elo vacila. Apavoro-me, mas os sussurros das canções que cantamos entorpecem-me o peito imóvel. Com os pés que mal tocavam a relva verde, eu trilho ao lado do souto verde. A água me disse que você não estava longe. Lentamente, as árvores fechadas conduziram-me por trilhas sutis e sonolentas. Depois de tanto tempo, esquecer é natural. Eu orei ao tempo por uma exceção. Por favor, não me esqueça.
Mas os campos dourados são tão lindos, tão lindos. Como eu poderia culpá-lo por distrair-se neste Paraíso? O Sol está quase se pondo. O vento sopra, acaricia o trigo, e vagalumes lucilantes valsam em minha última noite.

Há neve na janela, mas o frio, já não sinto mais.

Primeiro

Eu não gosto do jeito que escrevo.
Mas escrevo mesmo assim, e vou ter que me engolir. Engolir aquele lado terrível que sempre diz que eu sou pior. Ah, não. Não ria, não revire os olhos ou pense que estou tendo uma crise depressiva e piegas. Se pensar isso, ora bolas, à merda. Você nunca pensou? Não? Não mesmo? Mesmo, mesmo? Não minta para mim, seu covarde. Admita. Admite? Ótimo. Então pode continuar a ler minhas postagens. E já aviso: esse blog não é de moda, banda, ou qualquer coisa assim. O que eu posto são extravasos, neuroses, sonhos, e revoltas. Fique à vontade para comentar, ler e, pode não parecer mas, eu sou uma pessoa muito amável (acreditem). Aceito críticas e (de preferência) elogios.

Peço coragem,
Bruna maria