
Na água, o reflexo das feições dos dois se distorcia.
Ele olhava o céu. Ela o olhava da água.
A água, linha maleavel, era sua clausura.
Bolhas coloridas se formaram em sua boca, e eclodiram na superfície.
Ele virou a cabeça, o olhar varreu o lago prateado, mas o gorjeio dos pássaros era alto.
Veio, então, a Brisa.
Surgiu como uma miragem vinda do horizonte. Tinha os cabelos compridos cujas pontas suaves dissolviam-se no ar, e nos olhos o brilho azul do céu caribenho.
Seus dedos delicados roçaram os cabelos, a pele, e os lábios sensíveis dele, e com um suspiro, o rapaz fechou os olhos.
Ela o fez rir e o deliciou naquele dia quente.
Soprou flores para alegrá-lo.
Fez voarem pássaros.
Da água, o que a outra poderia fazer?
Não tinha mãos para alcançá-lo. Sua voz era abafada pelas lufadas de ar que a Brisa o banhava.
A água, seu corpo e sépulcro, a prendiam. Não era livre como o vento.
A Dama do lago tinha grandes olhos tristes, agora, escuros como o fundo das águas. Traziam ainda a esperança, um brilho suave e lucilante. O corpo era branco como vela que de tempos em tempos, misturava-se com a transparência do lago.
A Brisa trouxe núvens para cobri-lo do Sol.
Ficou escuro sobre o lago.
A Dama colocou as mãos contra o espelho líquido, tentando sair.
O rapaz sorriu e moveu-se em direção a Brisa, que dançava sobre a grama alta.
As orbes negras da outra se alargaram, dolorosas.
Lentamente, a Dama do lago afastou-se da superfície. As sombras do fundo pareciam líquidas, envolvendo-a lentamente na descida. Ainda assim, ela manteve os olhos nas nuvens turvas no céu, cantando a tristeza de um prisioneiro.
Na superfície, a Brisa continuou soprando as nuvens, que uma hora, fecharam o céu azul.
Ela olhou para o céu. Um pingo atingiu-lhe a face.
Começou a chover.
A Brisa tornou-se um revoado de pingos, que açoitava o rosto do rapaz.
Incapaz de deter-se, ela partiu, magoada com o fim da brincadeira.
Mas das agulhas prateadas que caiam do céu, a voz da Dama enxeu a superfície. Os pássaros não cantaram. Nem mesmo os insetos eram ouvindos no ar.
Ele parou por um momento. Seus olhos, dourados como campos de trigo, varreram novamente o lago.
Um sorriso tranquilo se abriu em seu rosto, agora sereno, e ele ficou ali mais um pouco.
Apesar da chuva que caía.
Apesar da impossibilidade de tudo.
Ele olhava o céu. Ela o olhava da água.
A água, linha maleavel, era sua clausura.
Bolhas coloridas se formaram em sua boca, e eclodiram na superfície.
Ele virou a cabeça, o olhar varreu o lago prateado, mas o gorjeio dos pássaros era alto.
Veio, então, a Brisa.
Surgiu como uma miragem vinda do horizonte. Tinha os cabelos compridos cujas pontas suaves dissolviam-se no ar, e nos olhos o brilho azul do céu caribenho.
Seus dedos delicados roçaram os cabelos, a pele, e os lábios sensíveis dele, e com um suspiro, o rapaz fechou os olhos.
Ela o fez rir e o deliciou naquele dia quente.
Soprou flores para alegrá-lo.
Fez voarem pássaros.
Da água, o que a outra poderia fazer?
Não tinha mãos para alcançá-lo. Sua voz era abafada pelas lufadas de ar que a Brisa o banhava.
A água, seu corpo e sépulcro, a prendiam. Não era livre como o vento.
A Dama do lago tinha grandes olhos tristes, agora, escuros como o fundo das águas. Traziam ainda a esperança, um brilho suave e lucilante. O corpo era branco como vela que de tempos em tempos, misturava-se com a transparência do lago.
A Brisa trouxe núvens para cobri-lo do Sol.
Ficou escuro sobre o lago.
A Dama colocou as mãos contra o espelho líquido, tentando sair.
O rapaz sorriu e moveu-se em direção a Brisa, que dançava sobre a grama alta.
As orbes negras da outra se alargaram, dolorosas.
Lentamente, a Dama do lago afastou-se da superfície. As sombras do fundo pareciam líquidas, envolvendo-a lentamente na descida. Ainda assim, ela manteve os olhos nas nuvens turvas no céu, cantando a tristeza de um prisioneiro.
Na superfície, a Brisa continuou soprando as nuvens, que uma hora, fecharam o céu azul.
Ela olhou para o céu. Um pingo atingiu-lhe a face.
Começou a chover.
A Brisa tornou-se um revoado de pingos, que açoitava o rosto do rapaz.
Incapaz de deter-se, ela partiu, magoada com o fim da brincadeira.
Mas das agulhas prateadas que caiam do céu, a voz da Dama enxeu a superfície. Os pássaros não cantaram. Nem mesmo os insetos eram ouvindos no ar.
Ele parou por um momento. Seus olhos, dourados como campos de trigo, varreram novamente o lago.
Um sorriso tranquilo se abriu em seu rosto, agora sereno, e ele ficou ali mais um pouco.
Apesar da chuva que caía.
Apesar da impossibilidade de tudo.