segunda-feira, 15 de abril de 2013

25.




Se você ganha uma rosa,
E dá a ela o nome de Rosa,
Se vier a ter uma outra
(pode ser que a primeira não resista a chuva forte)
E se essa flor trazer aos teus lábios o mesmo Rosa
Quando murmurar para ela baixinho, no meio da noite
No frio, para acalentar as pétalas
Lembrará da outra Rosa que um dia esteve ai?



domingo, 14 de abril de 2013

26.

Essa tristeza, essa tristeza.
O coração ainda tá macio, mas no processo de criar crostas firmes.
Essa tristeza, essa vontade.
Não queima de jeito nenhum.

sábado, 6 de abril de 2013

25.

Não é seu.
Não é. 
Nunca foi, nunca será. Assim como não será de ninguém.
Estará com alguém. Uma escolha. É sempre uma escolha. 
Se fizer questão, fica, e compartilha, e ajuda a crescer.
Se não fizer, vai para outro lugar que agrade mais, o que não quer dizer que alguém esteja errado.
Não pense que era seu, porque ninguém nunca pertencerá a ninguém, mesmo que assim o diga. Não pense que perdeu algo, porque nunca foi de sua possessão.
As únicas coisas que você possui - e lembre-se disso sempre - é aquilo que está dentro. De você. Seu objetivo maior de vida, lembra? Isso fica. Isso dá movimento, isso dá Vida. 
Não se apegue ao ser que te propicia a alegria - porque um dia ele pode ir embora, e você sofre. Até porque a memória um dia vai embora também, assim como sentimentos corriqueiros. Mas enquanto isso, ame o que a pessoa significa, ame sua essência daquilo, o sentimento. Porque isso você pode guardar, mesmo depois da pessoa ter partido.
Fique forte, aprenda a deixar ir.
Um dia, vai chegar alguém que vai ficar. Que vai amar sua essência, seu caráter. Sua risada. Seu jeito de ver a vida.
Viva muito até lá. 

terça-feira, 2 de abril de 2013

24.

Estava correndo tão rápido; os pés eram borrões no entardecer. O vento assoviava nos ouvidos, o coração batia nas têmporas, e o sorriso louco e desvairado lhe esticava o rosto.
Urrou de raiva, de frustração, de desejo. O grito ecoou no vazio do descampado, sendo ouvido apenas pelas nuvens no céu alaranjado. 
Gritou de novo, juntando as mãos no rosto e retorcendo-se de força. Aquilo saia de suas entranhas, do fundo mais fundo de si. Tirou o cabelo do rosto com um movimento brusco e rodou, procurando acusadoramente ao seu redor o culpado. A respiração entrecortada embalou mais um grito, as mãos arranharam o ar, atacando o que não fazia sentido em sua cabeça. Tentou cavar para fora de si aquilo, bateu os braços para exaurir o que lhe tomava a cabeça.
Caiu de joelhos no chão de relva verde e macia. O sorriso enlouquecido ainda ali, os olhos estalados num grande arco psicótico. Riu algo que parecia um lamento histérico.
- Grande fracote - riu de si mesma, apertando a cabeça entre as mãos. - Louca. Imbecil. Que decepção.
"Que decepção" ecoou o ar.