Olhe a cintura. Mais fina cintura impossível! Roem-se de inveja os infames espartilhos.
A pele tras a ternura dos pêssegos infantis. Hão de se comparar os bebês com ela, não o contrario.
Tão esguia! Esguia como a bainha da espada que protege os olhos do brilho do corte.
Das roupas então, nem se fala! Suspiram os senhores quando ela passa. Desdenham as senhoras, pois querem comprar.
Mas dos olhos, dos olhos ninguem sabe, ninguem viu, os olhos ardem. Nunca nem deu um sorriso, sempre que passa, piso, sem querer em seu reflexo em qualquer poça de chuva. Seu rosto é um mistério, perdido em bafejos de ira e futilidade. É belo o corpo, mas é tênue a alma.Enfeita-se a casca, pois o miolo é oco.
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